quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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Capítulo 47

Capítulo 47



        Alice estava nervosa e impaciente nos bastidores com David e a Eazy Plan. Faltavam poucos minutos para o grande show.

- Amor, depois do show me procure. Preciso te falar uma coisa que eu descobri. – disse ela sorrindo.
- Certo, eu também preciso falar com você. – Disse ele dando um selinho nela. – agora vou indo meu amor, me deseje sorte. E não se esqueça que depois dessa musica de abertura você entra.
- Certo – disse Alice dando outro selinho nele. – boa sorte, eu te amo.
- Eu também, mesmo.- eles se beijaram e então David se juntou aos integrantes de sua banda. Eles se abraçaram e depois de um grito e guerra para dar sorte, entraram no palco.

Alice passava e repassava sua música na cabeça enquanto aquecia a voz. Henry ria dos barulhos engraçados que Alice fazia e logo foi sentar-se num ponto cego do palco, ver a apresentação dali de trás.
A Eazy Plan terminava sua primeira musica.

- Muito obrigado por tudo pessoal. E bom, temos uma supresa para vocês. – dizia Jhonny para o publico que gritava loucamente. – Uma amiga nossa que aceitou fazer parceria com a Eazy Plan. É a primeira vez dela em um palco, então vamos dar as boas vindas calorosas para ela... nossa querida Alice!

Alice entrou no palco. As milhões de pessoas gritavam e berravam seu nome em uníssono, cartazes dela estavam espalhados pela multidão, misturados com cartazes da Eazy Plan.
Alice se sentiu amada e segura e assim, feliz, ela começou a cantar e se impressionou vendo que todos cantavam junto com ela.

- Obrigada gente linda! – Disse Alice ao terminar de cantar. – Obrigada por me acolherem de coração. Fico muito feliz em saber que estou no coraçao de cada um de vocês, assim como cadê um de vocês está aqui dentro do meu. – disse levando sua mão ao peito. Ela estava quase chorando. – amo vocês!

A multidão foi a loucura.

- Muito obrigada – disse se despedindo da platéia e da Eazy Plan. – Até a próxima! – E então sorrindo ela fez um coração com as mãos para a platéia que gritava seu nome em uníssono mais uma vez. 

Alice já se virou para ir embora quando David segurou sua mão.

- Espera – disse no microfone.

Alice parou com expressão de interrogação. David a conduziu para a frente do palco. No começo ela pensou que ele iria beijá-la, mas não foi isso o que aconteceu.

- Tenho algo para falar para você, na frente de vocês – disse se virando para o publico na ultima parte. – Queria, primeiramente, dizer a vocês todos o quanto essa garota  é especial para mim e quanto eu a amo! – e então ele se virou para Alice. – E para você, meu amor eu queria, aqui na frente de todos, te pedir... – Ele tirou uma caixinha vermelha de veludo do bolso e se ajoelhou na frente dela. – Você aceita se casar comigo?

Ele abriu a caixinha e lá havia um maravilhoso anel de brilhante.
A platéia, nem preciso dizer, estava gritando frenética e desesperadamente. A maioria chorava, aplaudia, gritava, assobiava, faziam alguma coisa para demosntrar sua emoção.
Angela e Duda estavam bem coladas ao palco, chorando, arrepiadas. Mas Alice não conseguia se focar nelas e em ninguém além de David que estava ajoelhado em sua frente, suando, com os olhos brilhando.

Alice estava em choque, sem ar e lágrimas desciam livremente por seu rosto. Ela teve vontade de agarrá-lo ali mesmo e nunca mais soltá-lo. Mas não conseguia nem se mecher o que fez a platéia inteira se calar e David começar a suar frio e de repente, após sua visão ficar borrada e turva devido as lagrimas, ela as enchugou e falou.

- Sim! Sim, sim, sim! – Ela dizia, enquanto ajoelhava também para abraçar David, que chorava agora e colocava o anel em seu dedo. Ele então a envolveu em um forte abraço.

A platéia gritava e aplaudia em um estado de loucura total. Até mesmo os integrantes da Eazy Plan aplaudiam.
E ali naquele abraço, longe de qualquer microfone, Alice sussurrou no ouvido de David.

- Também tenho algo para te falar. – disse entre lagrimas e sorrisos – eu... Eu estou grávida David. Vamos ter um filho. Eu e você.
E se dizer mais nada ele a abraçou o mais forte que conseguiu, sem conter as lágrimas, sem conseguir falar.
- Ah Deus... Eu te amo, eu te amo. – foi o que saiu da boca de David entre sussurros.

Ele a pegou no colo e a girou, apertando-a em seus braços como se estivessem sozinhos ali, só ele e ela.

E a verdade, vou te dizer, é que para os dois realmente nada mais importava.


Capítulo 46

Capítulo 46



       Alice entrou na gravadora de maos dadas com David de um lado e Henry do outro, eles entraram em uma sala miúda e então David pegou Henry no colo e deixou Alice sozinha na sala para que então ela começasse a gravar a musica que a própria Alice recentemente escrevera sobre a história deles. A música cujo nome era Skater Boy.

***
         Uma semana depois do lançamento do novo CD da Eazy Plan com uma faixa bônus na voz solo de Alice, seu telefone tocou.

- Aliiice, que saudades! – Gritou Angela do outro lado da linha.
- Angeeel amor, nossa.. Faz semanas que eu não te vejo! – Disse rindo – Que saudades amor! Como você está? Como anda Duda?
- Estamos beem  e você?
- Estou ótima! Aparece aqui em casa qualquer dia!
- Claro.. Bem te liguei pra te dar os parabéns! Duda comprou o CD novo da Eazy Plan  e não para de se exibir pra todo mundo que a dona da voz da ultima musica é a melhor amiga dela. – disse rindo. – parabéns mesmo, ficou linda a sua voz!

Alice não conseguiu evitar ficar vermelha.

- Obrigada meus amores, mesmo.
- Que isso! Mas então, tentamos te ligar essa semana inteira!
- Eu estava ensaiando pro show de amanha, sabe? Esta tudo muito corrido.
- Sim então ligamos pra avisar também que amanhã estaremos lá na primeira fila ver você cantar!
- ah estou tão nervosa e empolgada. Minha primeira vez num palco com milhares de pessoas.
- sim, a turnê começa amanhã, a Duda me disse. Força amiga, você vai conseguir! Voce merece. Mal posso acreditar! – disse Angela com empolgação na voz. – Bom, Duda está puxando o telefone aqui. Beijos amiga, amo você.
- Beeijos. – disse Alice rindo.
- Oiii minha ídola! – disse Duda.
 - Ídolo, no masuclino Duda! – Disse Angela no fundo .
- ah me deixa... Aliice! Que saudades – disse empolgada.

Alice ria.

- Tambem estou. Amanha vejo vocês então!
- Com certeza! Vamo nós e seu fã clube, estamos arrecadando dinheiro de lá pra augar uma vã pra levar a gente no show.

Alice ficou mais vermelha, rindo.

-Ah vocês não existem. Eu amo vocês.
-Haha, a gente também. – disse Duda empolgada. – e Henry, como está?

Alice deixou de sorrir, sentiu umas pentadas fortes na cabeça, ficando tonta.

- Bem... Bem, está bem. – dizia ela com dificuldade agora. – Obrigada por tudo Du... vou desligar agora, não estou me sentindo muito bem.

- É a ansiedade – risos – Toma água e descanse, amanha será um grande dia!

Alice se despediu e desligou o telefone. Sua cabeça latejava demais, ela começou a ver tudo borrado. Ela tentou andar até a cozinha.

Grande erro.

Mal deu dois passos e caiu no chão, desacordada.



Fim do capítulo 46

Capítulos 45

Capítulo 45



                Quatro anos se passaram. Alice terminara a faculdade de publicidade e propaganda e trabalhava como auxiliar de bibliotecária na biblioteca do centro. Trabalhava de segunda e quarta feira a noite apenas. Morava na antiga casa de Kelly e Orlando e namorava David que junto com a sua banda Eazy Plan havia feito este seu país oficial, para ficar perto de Alice também. David morava com os outros integrantes da banda a poucos quilômetros de distancia da nova casa de Alice.
Henry tinha quatro anos de idade e qual não fora a supresa quando ao seu primeiro ano de vida, Henry disse sua primeira palavra para Alice que fora “Aííce”. Eles eram totalmente apegados um ao outro. Alice resolveu contar toda a verdade que acontecera com seus pais quando garoto estivese um pouco maior.

***
                Em um dia ensolarad de sexta-feira Alice se arrumava para receber David em casa. Ele tinha as chaves e Alice nem notou quando ele entrou. Ela estava na sala cantando com Henry as músicas que ele aprendera na escolinha. Sua doce voz surpreendeu David desde a primeira vez que ela cantara para ele.

- Você tem a voz mais linda que eu já ouvi amor! – disse ele entrando na sala e comprimentando-os.

As bochechas de Alice esquentaram e ela riu.

- Obrigada meu amor, mesmo que não seja tão verdade. – Disse ela rindo.
Tantos anos juntos e sempre que ela vira David seu coração batia forte e seus olhos brilhavam.

Ele sentia exatamente a mesma coisa.
Ele sorriu.

- Lógico que é. Quero que você me acompanhe para a gravadora, você prometeu da última vez. – disse ele tomando-a em um abraço forte.
- Outro dia Dave.
- Você sempre diz isso, mas hoje você não me escapa. Já falei mil vezes que os caras da banda querem gravar uma música com você, desde aquele dia que você cantou pra gente no karaokê.

Alice riu da lembrança daquele dia e sentou-se no sofá, suspirando.

- Está bem, só porque eu amo vocês.
- Amo vocês o caramba. – disse David, brincando e atacando uma almofada nela, rindo.
- Ciumento. Amo você, só você. – Disse ela tacando a mesma de volta.

Henry, que adorava uma bagunça, começou a jogar almofadas nos dois o que acabou em uma terceira guerra mundial de almofadas.

Alice levantou e depois de arrumar toda a sala com a ajuda dos dois homens da sua vida, pegou na Mao de Henry e envolveu David em um abraço de lado.

- Agora vamos logo, antes que eu mude de idéia. – Disse Alice dando um beijo em David.
- Que nojo! Eca eca... – disse Henry empurrando os dois para fora de casa.
- Certo, mas antes... tenho algo aqui para você. Algo que eu devo a muito tempo. – disse David com um sorriso malicioso nos lábios.
- O que é? – disse Alice sentando no carro com Henry e David.

David falou ao mororista para deixá-los na gravadora e então voltou sua atenção para Alice.

- Abra. – disse ele sorrindo, entrgando uma pequena caixinha cembrulhada em um papel vermelho com um laço dourado em cima.

Alice o pegou e ao abrir, um tiro de lembranças atravessou sua mente tão lentamente que ela ficou olhando  o presente sem conseguir dizer nada. Se lembrou do dia em que ela esbarrara em David, o melhor dia da sua vida.

E olhando o presente que acabara de receber, ela não sabia se ria ou se chorava de emoção.

Ali em suas mãos estava um Ipod novinho em folha idêntico ao seu... daquele dia.

Fim do capítulo 45

Capítulo 44

Capítulo 44

         Já haviam se passado cinco dias desde o reencontro de Alice e David. Eles estavam namorando e isso ainda era novidade para muitos. Ele não a deixava sair sozinha sem um motorista que ele mesmo mandava  buscá-la onde quer que fosse.
Apenas cinco dias e a imprensa já estava atrás de Alice, paparazzos faziam plantão na frente da república e ficava uma loucura quando David ia visitá-la.
Nesse dia, porém, David estava fazendo show em uma cidade vizinha. Alice não pode ir, já que hoje era o dia da reunião que o conselho tutelas e o juiz marcaram.
Ela colocou sua melhor roupa e pegou seus óculos de sol, saindo da república correu rapidamente para o Corsa Sedan preto que a esperava na porta. Flashes e mais flashes, ela ainda não tinha se acostumado com esse assédio todo, mas achava engraçado na maior parte. Mas hoje era diferente, ela estava muito nervosa para a reunião. Ela precisava saber o que ia acontecer.

Alice chegou tranquilamente em um pequeno escritório no centro da cidade. Já dentro do local, sozinha, mandaram-na esperar numa confortável sala. Ela se sentou e depois de longos vinte minutos uma mulher loira, alta e de olhos verdes, provavelmente a secretária, a mandou entrar na sala onde estava aquele senhor que tirara Henry de seus braços a alguns dias atrás.

- Bom dia senhora Alice.
- Bom dia – ela lhe deu um sorriso nervoso.

Ao lado do homem que ela conhecia estava um homem bem mais velho que este, com um cabelo cinza como a chuva.

- Bom dia senhorita – Disse o senhor.
- Bom dia – ela deu outro sorriso um pouco mais tranqüilo para este, que por sua vez estava sorrindo.
- Este é o Juiz Paul – disse o homem que Alice conhecia que agora, lendo em seu crachá, soube que se chamava Jhon.

Ela comprimentou o juiz formalmente.

- Trago-lhe boas noticias, senhorita. – disse, sorrindo.
O coração de Alice acelerou.
- Fizemos uma pesquisa sobre os falecidos Kelly e Orlando e foi constatado que eles não têm nenhum parente vivo, o que faria que seu pequeno filho Henry fosse para o orfanato do estado.

Alice suspirou, seus coração batia dolorosamente.

- Eu entendo Vossa Excelência. Quero muitíssimo adotá-lo e farei o que for preciso para isso. – disse ela com determinação.
- Não será preciso senhorita – disse o juiz sorrindo. – você é uma moça de sorte.

Alice fez uma cara de ponto de interrogação para o juiz que limpou a garganta e entregou-a alguns papéis. Ela lia enquanto ele falava.

- Este é o testamento de Kelly e Orlando e como nele consta, a criança em sua custódia assim como toda a fortuna e a casa dos falecidos. Isso até o pequeno Henry completar vinte e um anos de vida para que ele mesmo possa assumir toda a herança, mas até lá você será a tutora e mentora dele e cuidará de toda a fortuna e da casa. – disse o juiz formalmente.
Alice ficou sem ar enquato lia e ouvia o que o juiz falava.

-Isso significa que eu po-posso ter Henry de volta? – ela estava tremendo.

Foi a vez de Jhon falar.

- Isso mesmo, você agora é a tutora e mentora dele senhora Alice. E não só cuidará dele como residirá em sua casa e terá live acesso aos bens matérias e a fortuna.
- Não acredito... terei meu bebê de volta. – Alice disse quase que para ela mesma.
- Hoje mesmo você poderá buscá-lo nesse endereço – Disse Jhon entregando um cartão e alguns papéis – e assinar esses documentos de responsabilidade por tudo que foi citado aqui hoje.

Alice assinou o que precisava ser assinado e saiu do pequeno escritório chorando, arfando e sem acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo.
Ela entrou no Corsa Sedan que a esperava do lado de fora e foi buscar Henry no conselho tutelar.

Fim do capítulo 44

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Capítulo 43

         Capítulo 43




            -Me desculpe, me desculpe. Eu te amo... Te amo David! – Alice falava entre o choro.
-Shh, não se desculpe de nada pequena, não precisa. Você está aqui, é o que importa. – David dizia, controlando suas próprias lágrimas e a apertando em seus braços, com medo de acrodar daquele sonho.
David pegou o rosto de Alice nas mãos e abriu um sorriso.
- Eu te amo Alice! Não parei de pensar em você um minuto sequer.
Alice não conseguiu responder, apenas chorar mais e tentar dar um sorriso que saiu mais uma careta engraçada. Entre lágrimas, eles se beijaram lentamente absorvendo cada segundo, cada milésimo daquele momento.
E naquela sala, não tinha ninguém que não estava chorando ou arrepiado. E, como se fosse o fim de um espetáculo, todos aplaudiram. Mas isso era apenas o começo.

***
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou Duda, que não estava aplaudindo, para Angela que ao ver a expressão séria no rosto de Duda parou subitamente de aplaudir.
-Não posso acreditar que você está brava! – Disse Angela repreendendo-a.
Duda a olhou perplexa.
-Não estou brava Angela! Estou... Confusa. – Disse, sentando-se. – Nunca imaginaria que a minha melhor amiga é a garota misteriosa que deixou David e... – sua voz morreu ao ver que Alice e David caminhavam em direção a ela.
-Acho que te devo uma explicação. – Disse Alice com expressão preocupada, mas com um brilho no olhar que Duda nunca vira antes. – Desculpe...
Duda, que tinha os olhos marejados, sorriu e não deixando Alice terminar de falar, abraçou a amiga.
- Eu amo você por ser a minha melhor amiga e amo David por seu meu ídolo e seria muito egoísmo da minha parte se eu ficasse brava. Pelo contrário, estou muito feliz por vocês, de verdade. Desejo toda a felicidade do mundo... A felicidade que Alice evitou por anos, né? – Disse Duda olhando com uma expressão engraçada para ela. Todos riram. – E bom, é isso. Não precisa se desculpar, eu amo vocês. Parabéns!
Alice, com lágrimas escorrendo livremente em seu rosto, abraçou Duda que também não agüentou as fortes emoções. O abraço duplo se tranformou em quadruplo quando David e Angela abraçou-as.

Fim do capítulo 43

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Capítulo 42

Capítulo 42

          O segurança fechou a porta e Alice continuou olhando David. Seus olhos encheram-se de lágrimas e David estava paralisado enquanto recebia um desesperador abraço de uma garota morena, a que estava em frente a Duda na fila.
Alice, por sua vez, ao ver o brilho nos olhos de David começou a derramar lágrimas teimosas. Angela, para não quebrar o encanto segurou Duda que ia ao encontro de David, que já estava livre da outra garota.

-David... – ela sibilou – desculpe... – Alice disse em um sussurro tomado por lágrimas que somente David conseguiu entender por ler seus lábios.  
- Alice – foi a vez dele sibilar.

Ela então arfou ao tomar conta da realidade e deu um passo para trás. Seus olhos eram cachoeiras de lágrimas que Alice secava frenéticamente. Sua visão estava borrada e turva devido as lágrimas, mas ela não tirou David de vista um só segundo. Ela deu outro passo para trás em direção a porta, totalmente em choque.

-Não! – ele falou alto dessa vez e todos os fãs, seguranças e parceiros de banda se viraram para ele.

Silêncio tomou conta do lugar.

-Não, por favor. Não vá. Não outra vez. – sua voz morreu e seus olhos arderam e lágrimas tomavam seu rosto também.

Angela que chorava mais que tudo, segurava Duda, e temia olhar a expressão dela.
Naquela sala ninguém ousou quebrar o silêncio, pois todos ali presentes já sabiam do que se tratava.

Alice não se movia. Para ela, e para David, não existia nada e nem ninguém naquela sala além deles. David estendeu a mão, dando um passo a frente. 
Alice, sem hesitar correu... Para os braços de David que a apertou contra o seu corpo o mais forte que conseguiu.
Alice então se deu conta de que ali era seu lugar e somente quem estava presente, sentindo aquela atmosfera, sabia de algum jeito que aquele era o amor mais intenso e verdadeiro que veriam. 

Fim do capítulo 42

Capítulo 41

Capítulo 41


        A semana passou rápida. Angela e Duda  já sabiam de tudo e estavam dando todo o apoio que Alice precisava naquele momento. Alice estava na república sentada em sua cama, tomando um chá de camomila delicioso que Angela preparara. Ela pensava em Henry e em todos os momentos juntos. E chorava. O celular de Alice tocou mas ela não se apressou em atender. Para ela nada mais importava naquele instante. Mas ela atendeu o celular mesmo assim.

- Oi. – ela disse desanimada.
- Bom dia, falo com Alice? – uma voz rouca masculina.
- Sim, quem gostaria?
-Olá aqui é do conselho tutelar. Queremos falar com você imediatamente. Podemos marcar uma reunião formal com o juiz?

Alice subitamente se levantou e pegou um pedaço de papel.

-Sim claro! Quando?
-Semana que vem... Na segunda feira.
-Com certeza, estarei lá. –Alice disse desligando o telefone.

Ela correu para a cozinha contar sobre isso para as meninas, que passaram todo o jantar tentando adivinhar sobre o que era.

- Alice, você não se esqueceu do show de amanhã, né? – disse Duda.
- Não, não me esqueci. – Alice deu um sorriso amarelo e voltou a comer seu jantar.
-Vai ser o máximo, como sempre! – disse Duda para si mesma.
- Vai ser legal Alice, você precisa se animar um pouco. – Angela falou com um olhar cheio de signficados.

Alice suspirou

-É, tudo bem. Que seja, nada mais importa. Bom boa noite meninas. – Ela falou colocando o prato na pia – deixe ai que amanha eu lavo.

E então foi para seu quarto dormir.

Ela perdera seu pai, sua mãe e seu amor verdadeiro, seus patrões e agora seu pequeno Henry!

O que a vida queria dela afinal? Por que tudo aquilo acontecia com ela?

E com esses pensamentos, dormiu.

***

                E lá estava ela novamente. Em frente ao mesmo palco, no mesmo lugar e como da outra vez, ela evitava os olhares de David. Seu coração (ou o que restou dele) batia forte. Pelo menos alguma coisa boa teria que acontecer.
                O show se acabou e com uma sensação de Dejavú Duda a puxou para a fila VIP. Dessa vez elas estavam no primeiro grupo a entrar, nessa ordem: Duda em terceiro lugar atrás de duas garotas morenas, Alice em quarto e Angela em quinto lugar, segurando Alice pelo braço só por precaução. O segurança chegou e repetiu aquelas mesmas palavras da outra vez. Após cico minutos de discurso e avisos, ele abriu a porta do camarim.
Alice apertou a mão de Angela. Ela suava frio mas, mesmo contra seus instintos, entrou na sala.
                Tudo aconteceu em câmera lenta: Ela entrou na sala instintivamente procurando David com os olhos. Angela a segurou até que o segurança fechou a porta, também o procurando. Duda já estava abraçada com Will, o ruivo, e foi então que o olhar de David encontrou o de Alice. Ela arfou e ele não teve duvidas de que era ela.
Naquele momento paralisado todos os problemas dela (e os dele) sumiram como fumaça.
Ali, naquela sala, eram apenas Alice e David.

Fim do capítulo 41

Capítulo 40

Capítulo 40

Ás 10h da manhã do dia seguinte o despertador de Kelly e Orlando tocou no andar de cima. Alice acordou e estava no sofá, se espreguiçou por alguns segundos e esfregou os olhos. Pensou ter ouvido algo do andar de cima e se concentrando para distinguir o som, desligando a TV, ela se deu conta que era o despertador de Kelly e Orlando. Apressadamente, Alice levantou e correu para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Estava com a mesma roupa do dia anterior, já que adormecera no sofá e não a tirou. Correu para a sala, esperar Kelly e Orlando, mas ninguém desceu as escadas e o despertador ainda tocava frenéticamente no andar de cima. Alice suspirou e lembrou-se que eles deviam ter chegado muito tarde ontem, depois da meia noite com certeza, quando ela já roncava no sofá. Que feio. Alice se repreendeu e subiu as escadas para acordar os patrões ela mesma, já que sabia que eles não admitiam atrasos.
Toc toc.
Ninguem atendeu as batidas de Alice e ela, então, ousou entrar no quarto.

-Dona Kelly? Senhor Orlando? – Ela dizia enquanto abria a porta em silêncio.

Mas não havia ninguém lá. A cama estava do mesmo jeito que ela mesma deijara no dia anterior quando seus patrões saíram. Ela entrou e desligou o despertador dando de ombros. Seus patrões eram esquisitos de qualquer forma, deviam ter dormido fora e esquecido de avisar.
Alice suspirou e foi ver Henry que dormia como um anjo. Ela debruçou no berço da criança e ficou olhando-o, sorrindo. Como ela o amava. Era como se fosse seu próprio filho. Após dar um beijinho na testa de Henry, Alice desceu para esquentar um pouco da janta de ontem, pois ela estava morrendo de fome. Mas, mal abriu a porta da geladeira a campainha tocou. Ela parou, procurando em sua mente se dona Kelly dissera algo de visitas na quarta de manhã, mas não conseguiu lembrar de ninguém. Por um segundo pensou ser Kelly e Orlando, mas... fora de cogitação. Eles tinham chaves e nunca tocaram a campainha antes, não fazia sentido. A menos que eles fossem assaltados e os bandidos tivessem levado até mesmo suas chaves. Alice correu para a porta, preocupada e nem ao menos olhou pelo olho mágico, já abrindo a porta.

Não era dona Kelly muito menos senhor Orlando. Era um homem velho, de terno e sapatos sociais, cabelos brancos e bigode por fazer. Antes mesmo que Alice pudesse perguntar quem era e o que queria, o homem (que estava em frente a outros dois homens de preto musculosos e gigantes – seguranças, só podia) estendeu o braço na cara de Alice, com expressão arrogante, apresentando uma carteira com o símbolo do governo.

-Bom dia senhorita. Sou do conselho tutelar e por lei a criança que aqui reside, atendente ao nome Henry ficará por custódia do governo americano até acharmos algum paretne vivo, caso contrário o mesmo irá para o orfanato do estado. – O homem falava aqulo como um robô. Arrogante, frio e sem expressões.

Alice sentiu enjôos e sua cabeça começou a girar. Ela estava tonta e não estava entendo nada.

- Do-doque estão falando? – sua voz saía trêmula – acho que se enganaram. Henry mora aqui sim, mas tem pai e mãe. E eu sou  a babá dele. – disse ela, recuperando um pouco as forças. Bem pouco.
-Bom senhorita.. – ele fez uma cara de interrogação.
-Alice.
-Bom senhorita Alice, sinto lhe informar que os pais de Henry atendentes de nomes Kelly e Orlando faleceram em um acidente de carro nessa madrugada. E como nos foi informado pelo departamento de policia que aqui residia uma criança de menor viemos buscá-la para ficar em nossos cuidados até achar um parente de sangue vivo.

Alice sentiu que ia vomitar. Respirou fundo. Levou sua mão á boca e uma tempestade de lágrimas saíram de seus olhos.

- Co-como? – ela mal conseguia falar.

O homem parado em frente a porta, a olhava como que esperando que ela fizesse alguma coisa.

- Você precisa sentar. E se nos der licença, temos que levar a criança nesse exato momento. Voce deve levar todos os pertcenes e roupas da criança amanhã para este endereço – Ele lhe entregou um cartão.

Alice o pegou, tremendo e sem ar.

- O que posso fazer.. para impedir que o levem? – Alice tremia, sua voz saia falhada, mas ela tentava ser forte.
- Sinto muito senhorita, mas são ordens do juiz. Até que se ache um testamento você deverá deixar a casa hoje mesmo. Qualquer citação em seu nome entraremos em contato com você. O que deve fazer, é simplesmente assinar esses papéis e nos dar seus dados de residência.

Alice pegou os papéis, tremendo. Ela os mandou entrar e assinou a todos os papéis que diziam que ela estava ciente que estavam levando a cirança atendente do nome Henry nessa quarta feira ás 11h15 da manhã. Ela tomou um copo de água com açúcar e voltou para sala onde os três homens a aguardava.

-Bom senhorita Alice, nosso tempo é curto e temos que ir imediatamente com a criança. Poderia buscá-la para nós?

Alice assentiu, andando lentamente, tremendo e sem saber o que fazer. Ela subiu as escadas e abriu a porta de Henry. Ao vê-lo ali dormindo, tão inocente, indefeso. Ela comçou a chorar ainda mais, soluçando, pegou a criança do colo e a embalou em um abraço que não queria que se desfizesse nunca. Ficou o máximo de tempo que pôde ali com ele, compartilhando seus últimos momentos naquela casa, com aquela criança que ela tanto amava.
Então finalmente, desceu os degraus indo para a sala onde os três homens a aguardava. O velho estava impaciente e logo ao vê-la entrar, se levantou.

-Bom, estamos indo. Qualquer coisa sabe onde me encontrar. Leve as roupas da criança amanha sem falta.

Alice só conseguia chorar, sem ar, e olhar para Henry que dormia em seus braços. Em sua outra mão, estava uma sacola com os pertecenes pessoais e higiênicos de Henry que ela entregou para um dos homens de preto. O outro homem de preto estava agora ao seu lado, fazendo menção em pegar Henry. Alice hesitou e abraçou a criança forte, mas nem tanto, apenas o suficiente para não acordar Henry e para lhe dizer o quanto ela o amava.
Alice olhou feio para o segurança, seu rosto inchado de chorar. Ela ainda soluçava quando levou as três figuras à porta e teve o momento mais difícil de sua vida desde que se mudara: entregar o pequeno Henry. Ela hesitou, o beijou e sussurrou no seu ouvido. Eu vou te buscar bebê, prometo. Eu te amo, muito. Sua voz morreu quando um dos homens de preto pegou a criança, que ainda dormia, de seus braços e entrou no carro preto com vidros filmados de modo que Alice não viu mais ninguém.
Ela entrou e subiu até o quarto de Henry e ali, sentada no chão a observar o quarto, ela ficou. Sozinha. Vazia. E em prantos.

Fim do capítulo 40