quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Capítulo 10

Capítulo 1O


         Alice corria o mais rápido que conseguiu e ao chegar à praça vira que o relógio marcava 14h.  Alice sentou em um banco para tomar ar.
Droga! Esqueci o skate lá. - Alice lembrou, ofegante.  
Mas não tinha possibilidades de descobrirem ela pelo skate. Então ela suspirou.
Estava faminta e cansada. Levantou do banco e , desistindo de correr, andou lentamente até sua casa.
- Alice porque chegou mais tarde hoje?
Ela já estava quase recuperada e se foi para o quarto se arrumar para entregar doces. E foi falando durante o percurso.
- Bom... A professora de inglês segurou a gente por mais um tempo e... cheguei aqui agora.
- Veio correndo?
Alice estava ainda um pouco ofegante e depois de tomar um glorioso gole de água, respondeu.
- Estava morrendo de fome desde o começo da ultima aula. Então eu vim correndo.
Dona Ângela, se apressou por colocar o prato de Alice, enquanto a mesma deixava o material na sala.
- Oh mãe, não precisava por.
Dona Ângela suspirou e com olhos de quem escondia algo, falou.
- Terei que ir ao hospital hoje a tarde. Você pode cuidar da casa pra mim?
Alice olhou para a mãe num ato de impulso ao ouvir a palavra hospital.
- O que você está sentindo mãe?
Angela nunca ia a um hospital. Tinha pavor a um. Alice sabia disso, e por esse motivo, percebeu que algo não corria bem.
- Mãe...
- Estou bem Alice... Não é nada, só vou fazer uns exames... De rotina.
Dona Ângela fala desviando o olhar, aparentemente nervosa. Seus olhos estavam vermelhos, ela havia chorado o dia inteiro por sinal. E seu rosto estava pálido, como de costume.
Alice, percebendo que havia algo de estranho, chegou ao lado da mãe e tomou suas mãos.
- Mãe. Você não me engana. O que está acontencendo? Você passou mal?
Dona Angela estava tentando segurar as lágrimas, mas fora inútil. Como se uma barragem de água se rompesse nos olhos dela, um mar de lágrimas inundou seu rosto. Alice sentiu seu coração disparar. O que está de errado com mamãe? Ela nunca vira a mãe nesse estado e então, a garoto tomou a mãe em um forte abraço, segurando as lágrimas. Sua voz saiu falha.
- Mãe, calma. Está tudo bem! Não está?
- Oh, Alice...
A voz de Ângela era um sussurro e depois de se recompor, ela conseguiu dizer.
- Não tem porque esconder isso de você mais.
Alice apertou o abraço, preparando o coração para algo pesado que ela não fazia a menor idéia do que seria. Só sentia.
- Do que voce está falando mãe? Fala logo, Está me assustando!
Alice não conteve as lágrimas agora.
- Eu não estou bem Alice. Nem um pouco bem de saúde. Tenho dias contados.
Um calafrio percorreu o corpo de Alice.
- Do-doque você está fa-falando mãe?
Dona Ângela acenou com a cabeça negativamente, e chorava incontrolavelmente junto com Alice.
- Estou com câncer Alice.
Alice paralisou. As lágrimas não paravam, sua visão ficou distorcida pelas gotas salgadas que brotavam insistentemente de seus olhos.
- Vo-você o-oquê?
Angela não conseguia falar. Estava sufocada de soluços do choro. E Alice, abraçando a mãe, não conseguia raciocinar.
- Eu vou ao hospital com você. Eu.. Eu não vou te deixar nunca. Não vou sair do seu lado nunca mãe, nunca. Desculpa mãe, desculpa por ter sido rebelde algumas vezes. Desculpa. Não quero ficar longe de você, não.... Não quero. Eu te amo.
Alice não conseguia falar direito, as palavras saíram em sussurros tossidos, soluçados, molhados. Perdera a fome, esquecera de tudo.
Só sabia, naquele momento, abraçar a mãe o mais forte que podia.


Fim do capítulo 1O

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