segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Capítulo 12

Capítulo 12

        

     Eram exatamente 8h da manhã quando bateram na porta do quarto onde Alice e Ângela dormiram. Alice, que já estava arrumada e dobrava seu cobertor, abriu a porta.
Era uma enfermeira, ruiva com sardas por todo o rosto e um sorriso tranquilo.
Alice se lembrou de William, eram semelhantes. Será que eles têm algum grau de parentesco? - Depois de sorrir com a comparação, se deu conta do porque a enfermeira estava ali.
Havia chegado a hora.
- Olá, sou a enfermeira Denise. Vim buscar a Dona Ângela.
Alice assentiu com a cabeça, um pouco tremula. Saiu da frente da porta, e foi até sua mãe.
- Chegou a hora mãe. Acorde.
Alice falava de um jeito calmo e tranquilo para não assustar a mãe com a realidade.
- Han? Hora de que?
Angela piscou mais algumas vezes até sua visão ficar clara.
- Aonde eu estou?
- No hospital mãe. Você veio fazer exames, lembra? Está tudo bem com você mãe, fique calma.
E então ela se lembrou de tudo e começou a tremer. Segurou as mãos de Alice com muita força e disse num sussurro.
- Não deixa filha. Não deixa que me levem. Eu não quero ir.
Angela parecia uma criança com medo do monstro no armário. Seus olhos estavam implorando. Alice sentiu o coração se partir ao meio e segurando as lágrimas abraçou a mãe. Forçou para que sua voz saísse firme, para encorajar a mãe.
- Fica calma mãe, vai dar tudo certo. Eu vou estar aqui te esperando. Sempre vou estar te esperando. E relaxa, você não vai sentir nada mãe. Vai dormir e quando acordar, ficará ótima. Agora vai lá mãe, a enfermeira Denise vai levar você. Fique tranquila que vai dar tudo certo. Eu prometo, ok?
Alice falava e fazia carinho no rosto de sua mãe.
Angela consentiu.
- Eu te amo filha. Obrigada por você ser tão especial pra mim. Obrigada por me ajudar sempre. Desculpa se algum dia eu não deixei você feliz. Me desculpa pelas vezes de estresse. Me desculpa por tudo que eu te fiz passar de ruim e obrigada por tudo que você me fez passar. Eu te amo filha, muito mesmo.
Alice chorava muito e mal conseguiu falar um “Eu te amo” devido ao choro. Angela tentou um sorriso encorajador para a filha e assim, ela se foi.
Alice ficou algum tempo no quarto, chorando e então, se levantou, limpou o rosto e desceu para o piso térreo do hospital.


          A menina aguardava impaciente na sala de espera.
As horas passavam e cada médico que passava em direção ao centro cirúrgico, Alice corria para perguntar sobre a mãe, mas as respostas eram sempre as mesmas:
- vou checar e logo mando alguém vim te avisar sobre o estado da paciente.
E então, lhe ofereciam água com açúcar, calmantes e etc.
          E foi então, que Dr. Mark, com uma roupa verde e uma touca da mesma cor na cabeça, veio em direção á Alice.
- Você é Alice, certo?
Alice se levantou rapidamente e com olhos enormes de preocupação e angústia encarou o Dr.
- Si-sim, sou eu. O que houve? Como está minha mãe? Ela está bem? Acabou a cirurgia? Me fale Dr.!
Dr. Mark olhou ao redor.
- Sente-se Alice.
Ela estava tremendo.
- Não! Me conte logo! Cadê a minha mãe?
Alice gritava na sala de espera, despertando a atenção de todos.
Dr. Mark estava tentando acalmá-la, mas a garota não ouvia suas palavras. Ela estava desesperada. E quando Alice finalmente, se acalmou um pouco, Dr. Mark aproveitou a situação.
- Alice... Você precisa entender. As notícias que te trago não são as que esperávamos.
E então ela parou, tudo parou. Tudo ficou mudo e confuso. Ela não conseguia se mexer, mas conseguiu ouvir as últimas palavras do Dr. Mark.
- Infelizmente Dona Angela não resistiu á cirurgia... Sinto muito. Ela foi forte, lutou para viver. Mas infelizmente, o resultado...
E antes do Dr. Mark terminar de falar, Alice caiu no chão, desacordada.

Fim do capítulo 12


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