segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Capítulo 7

Capítulo 7



E assim foi o resto dos dias: Alice saía da escola e encontrava David no portão. Eles ficavam uma hora juntos, andando de skate. Alice estava indo muito bem nas aulas e não foi preciso mais nenhuma caixinha de band-aid. Ela voltava correndo para casa, ajudava a mãe à fazer os doces e saia para vendê-los para os vizinhos. Voltava para casa, tomava um banho, quando dava tempo descansava e ia para o curso. Alice chegava meia hora mais cedo e ficava conversando, rindo e tirando fotos com David que a esperava até de noite e a levava na esquina casa.
    Depois de um ano de encontros e desencontros, Alice e David se tornaram melhores amigos. Anadavam juntos para cima e para baixo, menos quando Alice ia fazer as entregas, pois Angela espreitava da janela. Por fim, Alice aprendeu a andar de skate. Já até andava na rampa com David e alguns amigos dele.
E Angela nunca conhecera David, assim como Alice nunca conhecera a mãe de David.
Não por nada, mas sempre que tocava no assunto, David ficava sem graça e a menina mudava o rumo da conversa. 
          Em um dia desses, Alice saiu do colégio e ali estava David a esperando, como sempre.
Mas tinha algo errado.
Ele parecia nervoso, sério demais. Devia ser algum desintendimento com algum amigo, Alice o abraçou mais demoradamente neste dia. Vai ver ele estava precisando de um conforto não é?
Alice não tinha amigos no colégio, mas ela não se importava! Ela tinha David que ela amava muito, muito mesmo. Mas apesar de tudo, ela nunca o nunca o contaria. Tinha medo de estragar a amizade, perder todo o encanto. E tem também o fato de que.. Ela não tinha muita certeza se ele também a amava. Ele dava umas indiretas ás vezes, mas era o jeito dele. Ser assim, protetor e encantador. Ele sempre fora assim.
Mas enfim, como eu ia dizendo, naquele dia rotineiro havia algo estranho.
David estava quieto e não disse uma só palavra até chegarem à praça. Alice parou e se virou para David.
- Que bicho te mordeu menino? Você está se sentindo bem?
- Alice...
- Diga Dave, o que houve?
- Preciso te contar uma coisa.
- Sobre?
- É... Eu não sei como começar.
- Do começo.
Alice disse, tentando descontrair o nervosismo de David. Mas não estava adiantando muito. Ele estava inquieto e não conseguia olhar diretamente para ela.
- Você está me preocupando David. O que houve?

David olhou para Alice e o coração dela acelerou ao ver o olhar. Um olhar iluminado, mas com medo de algo. Um olhar misterioso, mas cheio de significados.
David segurou as mãos de Alice.
- Alice...
Será que ele vai me beijar? Ai Jesus, eu não sei beijar! Dizer que me ama? Oh Meu Deus, o que eu farei? E... Se for realmente tudo isso, como será nosso futuro? E a nossa amizade? Tem minha mãe também... Não, ele não pode falar isso! Não, não! -Alice pensava, aflita.
- Diga David... O que houve?
Alice estava prester a explodir de curiosidade.
- Eu vou ser direto...
- Então diz logo!
David fechou os olhos e respirou fundo, apertou as mãos de Alice nas suas.
- Ok...
David abriu os olhos, como que buscando algum apoio nos olhos de Alice. Ela sorriu, o encorajando. E a menina podia jurar ter visto uma lágrima se formando em seu rosto. Mas não teve muita certeza.
- Eu te amo Alice!
O coração de Alice parou por um segundo e então voltou a bater violentamente. Ela não tinha certeza se ouvira direito.
- O que disse?
- Exatamente o que você ouviu! Eu amo você. Alice... Eu a quero comigo mais do que uma simples melhor amiga. Eu quero que você seja minha, para sempre!
Alice estremeceu por inteiro. Ela ficou sem conseguir respirar. Em seus olhos, vieram lágrimas juntamente com as gotas de chuva que caía do céu. Ela estava paralisada e as gotas geladas a trouxeram á realidade.
- Desculpe... Eu....
E então Alice não soube dizer mais nada. Só soube correr o mais rápido que pôde para casa.
David não a impediu de correr, pois estava também sem reação, as lágrimas camufladas pelas gotas que caíam do céu. E assim ele ficou, chorando e sendo consolado pelo abraço frio que a chuva lhe dava. A chuva gelada chorava junto com David, como se fosse uma melhor amiga e que também estava tão distante agora.
 
 

 

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